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segunda-feira, 7 de maio de 2018

A ressurreição dos mortos no último dia


                   Por Charles S. Meek 

Os preteristas completos estão persuadidos de que a chamada Ressurreição dos mortos ocorreu no passado, quando o hades, a morada temporária dos mortos, foi abolida. Foi quando aqueles que residiam no hades foram para o seu destino eterno, os fiéis foram HERDARAM A ETERNIDADE, os condenados (vasos de ira) para o lago de fogo (entendido como castigo consciente eterno ou aniquilação). 
Embora isso pareça estranho para os futuristas que nunca o estudaram cuidadosamente, há fortes provas bíblicas de que isso aconteceu em 70 d.C Vamos começar com o Antigo Testamento. A passagem mais importante da ressurreição é Daniel 12, que afirma: “E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro. E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno. ...e quando tiverem acabado de espalhar o poder do povo santo, todas estas coisas serão cumpridas. Eu, pois, ouvi, mas não entendi; por isso eu disse: Senhor meu, qual será o fim destas coisas? E ele disse: Vai, Daniel, porque estas palavras estão fechadas e seladas até ao tempo do fim. ...o tempo em que o sacrifício contínuo for tirado, Tu porém, vai até ao fim; porque descansarás, e te levantarás na tua herança, no fim dos dias”. Daniel 12: 1-2,7b-9,11a-13 

Existem inúmeros indicadores de que isso aconteceu em 70 d.C Por exemplo, aconteceria quando o sacrifício contínuo fosse tirado! Quer dizer, os sacrifícios pelos pecados terminassem. Claramente isso foi em 70 d.C, quando o templo foi destruído! Foi também o tempo da “abominação da desolação” que Jesus disse que estaria no tempo de sua geração (Mateus 24:15,34). Além disso, o livro de Apocalipse declarou a conclusão de toda a revelação do livro pouco antes de 70 d.C, quando seu cumprimento era então iminente (Apocalipse 22:10). Assim, o selamento de Daniel 12: 9 e a revelação de Apocalipse 22:10 são suportes de livros que definem o tempo da conclusão de todas as coisas em 70 d.C 
Agora, vamos para alguns exemplos do Novo Testamento que proclamam no primeiro século a iminência da ressurreição e do julgamento coincidente: “Tendo esperança em Deus, como estes mesmos também esperam, de que há de haver ressurreição de mortos, assim dos justos como dos injustos”. Atos 24:15 

“Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras. Em verdade vos digo que alguns há, dos que aqui estão, que não provarão a morte até que vejam vir o Filho do homem no seu reino”. Mateus 16:27,28 

“Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam; Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos”. Atos 17:30,31 

Aqui está outra passagem interessante: ’ Então, tendo despedido a multidão, foi Jesus para casa. E chegaram ao pé dele os seus discípulos, dizendo: Explica-nos a parábola do joio do campo. E ele, respondendo, disse-lhes: O que semeia a boa semente, é o Filho do homem; O campo é o mundo; e a boa semente são os filhos do reino; e o joio são os filhos do maligno; O inimigo, que o semeou, é o diabo; e a ceifa é o fim do mundo; e os ceifeiros são os anjos. Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste mundo. Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o que causa escândalo, e os que cometem iniquidade. E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes. Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”. Mateus 13:36-43 

 A questão aqui é: “Quando foi o fim do mundo?” Bem, não é o fim da era cristã nem o fim da história. Essas ideias são estranhas à Bíblia. O fim do “mundo” era na verdade o fim da era da antiga aliança, que terminou em 70 d.C. Há por alto, quinze menções diretas de fatos relacionados aos “últimos dias / fim dos tempos” no Novo Testamento que está relacionado a igreja do primeiro século e não a igreja do século XXI. Outra passagem importante sobre a ressurreição dos mortos é Apocalipse 20. 

Existem na verdade, mais de 30 passagens no livro de Apocalipse que diretamente ou indiretamente ligam seu cumprimento ao primeiro século em 70 d.C, com a queda de Jerusalém! Logo isso restringe o cumprimento de toda a Revelação ao primeiro século. Abaixo está a lista. Os que estão em negrito dizem especificamente que os eventos iriam acontecer em breve, o tempo estava próximo ou deveria ocorrer em breve. Além disso, várias passagens incluem a palavra grega MELLO, que significa “aproximadamente”. São elas: Apocalipse 1:19; 3: 2, 10, 16; 6:11; 8:13; 10: 7; 12: 4 e 5; 17: 8 Você pode ver isso corretamente com a ajuda de um dicionário do grego : Apocalipse 1: 1; 1: 3; 1: 7; 1: 9-10; 1:19; 2:10; 2:16; 2:25; 3:10; 3:11; 4: 1; 6: 11-17; 8:13; 10: 6-7; 11: 2; 11: 8; 11: 15-19; 12: 4,5; 14: 7; 14: 14-20; 15: 5-8; 16: 6; 16:19; 17: 8; 18:19, 24; 20: 7-10; 20: 11-15; 22: 6; 22: 7; 22:10; 22:12; 22:20 

Com relação à ressurreição no discurso do Monte das Oliveiras (Mateus 24-25), os preteristas parciais acreditam que de Mateus 24 foi cumprido apenas uma boa parte no passado (70 d.C), o veros 36 até o capítulo 25 (que contém a ressurreição) é futuro. Mas essa separação é problemática. Jesus em nenhum lugar do discurso faz uma mudança claramente e discernível do passado para o futuro dalém de 70 d.C no sermão escatológico! Certamente, a audiência original ou as pessoas que ali estavam, não teriam compreendido tal distinção, o que é claro a partir das passagens paralelas de Marcos 13 e Lucas 17 e 21. Vale atentar que Jesus usou as mesmas palavras para a Segunda Vinda em ambas as seções do Discurso das Oliveiras. Tanto no capítulo 24 como no 25. Essas palavras são ERCHOMAI (verbo) e PAROUSIA (substantivo). Por fim, os cristãos às vezes consideram a ressurreição geral um evento futuro em 1 Coríntios 15: 12-58 e 1 Tessalonicenses 4:13-17. Mas em ambas as passagens, Paulo ensinou que alguns dos que viveram na época da inscrita da epístola ainda estariam vivos na ressurreição e nos eventos relacionados. Veja 1 Coríntios 15: 51-52 e 1 Tessalonicenses 4:15. A menos que Paulo fosse um falso apóstolo? Logo, essas coisas realmente aconteceram quando ele disse que iriam. 

Uma coisa que confunde os cristãos é que a ressurreição não foi para a terra, mas sim para o céu, por isso que não teria sido observável. O autor e teólogo J. Stuart Russell, em seu clássico trabalho sobre escatologia, The Parousia, simplesmente questionou por que qualquer leitor cristão duvidaria do que o texto diz: “O que, então, impede a conclusão de que tais eventos poderiam ter ocorrido sem observação, e sem registro? Outra coisa que faz os cristãos tropeçarem neste ponto é que eles assumem que os corpos dos crentes no céu serão exatamente os mesmos corpos carnais que se encontram nas sepulturas. Isso também está incorreto. Paulo, em I Coríntios 15, usa uma analogia da semente para explicar isso. A casca da semente permanece no chão, enquanto há um novo corpo!  Ele descreve quatro vezes na passagem esse novo corpo como um CORPO ESPIRITUAL. Ele também descreve CORPO IMORTAL e um CORPO GLORIFICADO. Assim, obteremos um novo corpo adequado para nossa existência celestial. Jesus descreve nossos corpos celestes como sendo de anjos do céu (Lucas 20:36). 

A confirmação disto vem de 2 Timóteo 2: 17-18, onde Paulo corrige as ideias da ressurreição de Himeneu e Fileto. Parece que esses homens, e presumivelmente outros da época, pensavam que a ressurreição já havia ocorrido. Se os primeiros cristãos tivessem acreditado que a ressurreição envolveria corpos carnais saindo das sepulturas, como é ensinado hoje coincidente com um arrebatamento literal, cada olho observando o Cristo físico, e a queima do planeta, etc. Himeneu e Fileto nunca poderia ter convencido ninguém de que a ressurreição já havia acontecido. Quando Paulo os corrigiu, ele não disse nada sobre aqueles homens que erraram a natureza da ressurreição. Paulo discordou apenas do tempo da ressurreição, que não se relacionava com nada pelo que Paulo ensinou que antes aconteceria. Os cristãos do primeiro século devem ter acreditado no tipo de ressurreição que Paulo descreveu, que foi sobre uma ressurreição invisível em novos corpos diretamente para o céu, deixando os antigos corpos para trás! 

Eles também acreditavam que a vida na terra continuaria sem mudança material para as pessoas que vivem depois da ressurreição. Então eles não acreditavam que os vivos seriam arrebatados de um planeta em decomposição! Tudo fica bem esclarecido quando levamos em conta que a ressurreição tratada por Paulo faz menção da vitória de Jesus sobre o hades. Agora, por que a dissolução de hades foi tão significativa? Resposta: Pois só assim podemos atestar biblicamente que o trabalho de Cristo foi concluído! Não há razão para uma morada temporária dos mortos depois de 70 d.C As boas novas para os cristãos da Escatologia Consumada é que, por causa do trabalho realizado no primeiro século do Senhor Jesus, os crentes de hoje e dos que virão a crer podem ir diretamente para a vida eterna quando padecermos nesse corpo físico! Não há espera mais no hades, e não há confusão sobre a nossa alma ser "reunida com o corpo" no final dos tempos. Tudo novo se fez!