Seja Bem Vindo ao Maior Portal de Estudos do Preterismo Completo do Brasil Para a Glória de Deus!

terça-feira, 24 de julho de 2012

Os 1290 dias de Daniel 12:11


Pr. Erivelto Soares

E desde o tempo em que o sacrifício contínuo for tirado, e posta a abominação desoladora, haverá mil duzentos e noventa dias. Daniel 12:11

Existe na internet, inúmeros sites dizendo que o texto de Daniel 12:11 se refere a construção do Domo da Rocha no local onde ficava o templo que ruiu em 70d.C e que essa mesquita muçulmana seria a abominação no qual faria cessar os sacrifícios. Essa declaração é digna de aceitação?

Nessa cituação devemos então perguntar: "O QUE DIZEM AS ESCRITURAS?"

1º Lugar: Devemos considerar o contexto.
O capítulo 12 de Daniel vem tratando a cerca de uma restauração na ordem mundial, uma mudança significante na história da criação. Essa restauração tem o seu período de realização determinada no verso 1 “E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo ...”

Como sabemos esse período é o do cerco de Jerusalém. (Mateus 24:21)

Na história temos visto inúmeros períodos de tribulação e angustia, mais a queda do templo judaico em 70 d.C. foi marcante na história da humanidade por ter chegado ao fim o plano pactual judaico, a queda do templo foi determinante pra esse fim ( Mateus 24:1-3).  Nunca houve e nunca haverá evento como aquele, pois o fim foi do plano pactual, fim do antigo aion.

Esse fim e ao mesmo tempo o início de uma nova era, o tempo da restauração é nesse texto apresentado de diversas formas e várias vezes:

“E tu, Daniel, encerra estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e o conhecimento se multiplicará.” Daniel 12:4

“E ouvi o homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio, o qual levantou ao céu a sua mão direita e a sua mão esquerda, e jurou por aquele que vive eternamente que isso seria para um tempo, tempos e metade do tempo, e quando tiverem acabado de espalhar o poder do povo santo, todas estas coisas serão cumpridas.” Daniel 12:7

“Eu, pois, ouvi, mas não entendi; por isso eu disse: Senhor meu, qual será o fim destas coisas? E ele disse: Vai, Daniel, porque estas palavras estão fechadas e seladas até ao tempo do fim.” Daniel 12:8-9

“Tu, porém, vai até ao fim; porque descansarás, e te levantarás na tua herança, no fim dos dias.” Daniel 12:13

Qual o sentido aqui de Daniel descansar e um dia se levantar e tomar posse de sua herança? Deus estava dizendo a Daniel que ele veria a morte “descansaria” e em um tempo, tempos e metade de um tempo, até ao tempo do fim, no fim dos dias, Daniel se levantaria “Ressuscitaria” e tomaria posse de sua herança!
Se você prestar atenção no texto verás que a ressurreição estava para ser realizada no tempo do fim, no período que Jerusalém passasse por uma grande tribulação como nunca houve e que nunca haveria. “E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro. E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno.” Daniel 12:1-2

Então vem a questão: E OS 1290 DIAS DO VERSO 11?
O cerco de Jerusalém terminou no início de setembro do ano 70 d.C., resultando na destruição do poder dos judeus (Dan. 12:7). Se você contar para trás 1.290 dias (43 meses, Dan. 12:11) desde o início de fevereiro de 67d.C até setembro de 70 d.C. Este foi o tempo em que Tito marchou com suas tropas para a terra santa.
Os 1290 dias Refere-se então ao cerco de Jerusalém que teve início desde a primavera de 67 d.C. até a queda do Templo em setembro de 70 d.C. (Apocalipse 11:1-2)
A Abominação desoladora que traria o fim dos sacrifícios é referencia ao exercito Romano em destruição de Jerusalém.
A Abominação da Desolação nos Evangelhos
“Mas, quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, sabei então que é chegada a sua desolação.” Lucas 21:20
“Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, atenda; Então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes; E quem estiver sobre o telhado não desça a tirar alguma coisa de sua casa; E quem estiver no campo não volte atrás a buscar as suas vestes. Mas ai das grávidas e das que amamentarem naqueles dias! E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado; Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver.” Mateus 24:15-21
“Ora, quando vós virdes à abominação do assolamento, que foi predito por Daniel o profeta, estar onde não deve estar (quem lê, entenda), então os que estiverem na Judéia fujam para os montes.”  Marcos 13:14
O interessante nessas citações é que o Senhor está levando em consideração a Profecia de Daniel que se cumpriria no desenrolar da grande tribulação que Jerusalém sofreria.

“E ele fará um pacto firme com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador; e até a destruição determinada, a qual será derramada sobre o assolador.” Daniel 9:27

Bem-aventurado é aquele que espera e chega a 1330 de cinco dias.
Os 1.335 dias começa após os 45 dias da destruição dos judeus em 70 dC (Dan. 12:7). 45 dias após a queda de Jerusalém iria trazer-lhe uma data de especial significado em termos do fim da idade antiga aliança. Quando você adiciona 45 dias para o fim do cerco de Jerusalém traz você a Festa dos Tabernáculos / (o Templo nesse instante tinha ido embora por esta altura, claro). Isto é significativo na medida em que esta festa termina o ciclo anual de Israel. Isso se encaixa no contexto de Daniel 12 e sua discussão sobre o fim da idade da antiga aliança muito bem.

A Festa dos Tabernáculos / congregantes
A Festa dos Tabernáculos celebra a proposito final da colheita (Dt 16:13-15), daí o seu nome, a festa da colheita (Êxodo 23:14-17). É a última das festas anuais de Israel e é um símbolo da colheita do povo de Deus no final da época. Isto pode ser visto na explicação de Jesus sobre a parábola do joio e do trigo (Mateus 13:36-43) em que o final da colheita é utilizada como uma analogia para Deus reunir os seus próprio no final da época : "O campo é o mundo, as boas sementes são os filhos do reino, mas o joio são os filhos do maligno. . . A colheita é o fim do mundo (Aion) "(Mt 13:38-39;. Cf Ap 14:14-20)..
Observe que Jesus alude a Daniel 12 em contar esta parábola: Mateus 13:40-43
Então, a construção do Domo da Rocha no local onde ficava o templo que ruiu em 70 d.C e que essa mesquita muçulmana seria a abominação no qual faria cessar os sacrifícios é em seguida viria os três anos e meio de tribulação na terra o qual estaríamos vivenciado é mais uma especulação futurista.
Se ainda esse argumento não for esclarecedor cruze a data da construção da mesquita com o a visão de Daniel 7-12 ,o sermão escatológico do Senhor Jesus em Mateus 24 e os acontecimentos de Apocalipse. Se houver ligação cronológica e profética nessa declaração, deixaríamos de ter a Bíblia como um referencial confiável inerrante para nós cristãos, pois haveria uma gama imensurável de contradições e isso com certeza é impossível, o amado vai concordar é claro. Logo podemos declarar que a construção do Domo da Rocha no lugar do templo em Jerusalém não tem nenhuma ligação escatológica ou acontecimentos alusivos a uma data futura (Além de 70 d.C) para a segunda vinda de Cristo..


Soli Deo Gloria

Nenhum comentário: