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sexta-feira, 9 de novembro de 2018

A Queda de Jerusalém em 70 d.C foi apenas um evento local?


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Por Erivelto Soares

Essa é uma questão muito importante para ser tratada. Pois é justamente esse o aspecto que os futuristas dão a queda de Jerusalém pelos Romanos em 70 d.C.

Eles não aceitam de forma alguma que a queda de Jerusalém, embora local, teve sem dúvidas uma repercussão mundial. Pra eles o Senhor Jesus teria vindo em julgamento para Jerusalém e que voltará a qualquer momento da história para o arrebatamento da igreja e ressurreição dos mortos. Logo há uma descarada desassociação dos fatos, que coloca a conclusão escatológica em duas fazes com as mesmas características de cumprimento profético. Na verdade, não existe nada disso nas escrituras, não há como desassociar a queda de Jerusalém da parousia! A verdade é que a destruição de Jerusalém embora sendo apenas local, houve sim uma repercussão mundial. Vejamos:

“Portanto, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas: e a uns deles matareis e crucificareis; e a outros os perseguireis de cidade em cidade; para que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até o sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que mataste entre o santuário e o altar. Em verdade vos digo que todas essas coisas hão de vir sobre esta geração”. Mateus 23:34-36

Aqui encontramos uma grande sentença onde o Senhor Jesus diz que os escribas e fariseus iria pagar pela morte de Abel, o sangue de Zacarias como todo sangue dos justos derramado sobre a terra dês de a criação, quando Jerusalém nem existia ainda!

Qual o motivo então da tamanha sentença de Deus sobre aquela geração?

A questão é que Israel era o povo da aliança! Deus fez um pacto com Israel onde por intermédio dos estatutos, eles seriam a nação peculiar de Deus, a nação modelo, onde se adorava um só Deus o criador e que eles viveriam em plena justiça em obediência ao estatuto criado nos dias de Moisés a eles (Deuteronômio 27). Não obstante Israel não obedeceu aos estatutos e foi assim por várias gerações. Nos dias do Senhor Jesus, era observado a sentença daquela obstinação a qual constituiria em uma nova Aliança entre Deus e sua igreja, formada de Judeus e Gentios de toda a terra.

É importante também entender que quando a Bíblia fala do "mundo" no novo testamento, não está se referindo ao mundo globalizado de hoje! Não tem nada a ver com países colonizados! Com Washington! Com a estátua da liberdade! A Torre Eiffel... (Senários que geralmente são apresentados nos “sugestivos” filmes escatológicos criados em Hollywood). Essa deve ser também um fator crucial que responda seriamente a ignorância do entendimento escatológico da Igreja de Cristo.

Abaixo veremos uma imagem do que constituía o mundo no novo testamento:





Exatamente isso! Esse era o mundo no grego (oikoumene=Terra Habitada). Pra ser mais preciso quanto ao período descrito do mapa, é importante levar em conta as palavra do Senhor Jesus: “Em verdade vos digo que todas estas coisas hão de vir sobre esta geração”. Mateus 23:36 (A geração que compunha esse oikoumene)

A palavra geração aqui no grego é “genea” que significa contemporâneos! Fica claro que não se refere a nossa geração do século 21. Outro texto bastante importante que anula totalmente a questão que a destruição de Jerusalém tenha sido apenas um acontecido local é o de Mateus 24:21 que diz: “Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver. ”

Glória Deus! Amo esse texto pois deixa provado que a vinda de Jesus em destruição de Jerusalém foi única na questão da parousia. Se a grande tribulação que culminou a destruição de Jerusalém em 70 d.C foi como nunca houve desde o princípio do mundo e nunca haveria de ocorrer novamente na história da humanidade, como alguns estudiosos insistem em dizer que haverá a grande tribulação enfrentada pela igreja dos nossos dias? Se essa ideia fosse verídica o Senhor Jesus estaria mentindo! Pois o próprio Cristo foi enfático em declarar que aquela tribulação foi única! Mesmo que ocorra a terceira guerra mundial com uso de armas atômicas, com maior número de mortos da história, não se comparará a queda de Jerusalém ocorrida em 70 d.C.

A queda de Jerusalém com a destruição do templo foi o fim de uma dispensação! O fim de lei e inauguração da Aliança da Graça de Deus com a sua criação. Por isso que a queda de Jerusalém em 70 d.C foi única. Tudo novo se fez a partir dessa destruição! O mundo condenado pela morte devido ao pecado, foi reconciliado com Deus por meio de Cristo Jesus. O Senhor cessou a antiga aliança com Israel para que os da fé tanto dos judeus como gentios tomasse posse desse novo céu e nova terra em uma Aliança eterna que se estende de geração a geração. O texto de Efésios 3 nos esclarece gloriosamente esse ocorrido: “Por esta causa eu, Paulo, sou o prisioneiro de Jesus Cristo por vós, os gentios; Se é que tendes ouvido a dispensação da graça de Deus, que para convosco me foi dada; Como me foi este mistério manifestado pela revelação, como antes um pouco vos escrevi; Por isso, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo, O qual noutros séculos não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas; A saber, que os gentios são co-herdeiros, e de um mesmo corpo, e participantes da promessa em Cristo pelo evangelho; Do qual fui feito ministro, pelo dom da graça de Deus, que me foi dado segundo a operação do seu poder. A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo, E demonstrar a todos qual seja a comunhão do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo; Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus, Segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso Senhor, No qual temos ousadia e acesso com confiança, pela nossa fé nele. Portanto, vos peço que não desfaleçais nas minhas tribulações por vós, que são a vossa glória. Por causa disto me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome, Para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior; Para que Cristo habite pela fé nos vossos corações; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, Poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, E conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus. Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera, a essa glória na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para todo o sempre. Amém”

Enquanto o templo estivesse erguido a antiga aliança estava em vigor com todos os rituais e abluções que não tinham eficácia alguma contra a corrupção do pecado. Então o mistério que estava em oculto foi desmitificado a saber que os gentios são co-herdeiros de Jesus. O Ap. Paulo foi o precursor do evangelho aos gentios enquanto os dias se aproximavam da queda de Jerusalém 70 d.C (Mateus 24:14/ Romanos 10:17-18) e por isso é uma atrocidade hermenêutica comprovada desassociar a queda de Jerusalém com as admoestações do Ap. Paulo em suas epístolas a respeito do fim, se ele estava em missão de preparar os fiéis gentios, para unidos pela fé aos judeus cristãos constituírem a igreja de Deus, os santos da nova Jerusalém que foi inaugurada gloriosamente no retorno do amado.


Soli Deo Glória