Escrito por Ronaldo Lidório, Cristianismo Hoje e adaptado por Erivelto Soares.
É da natureza humana buscar respostas aos questionamentos da
mente, bem como sobre as impressões e situações da vida. Esta irremediável
busca torna-se ainda mais insistente perante assuntos ligados à nossa própria
existência. "De onde viemos?", "Por que somos como somos" e
"O que há após a morte" são algumas perguntas repetidas em
praticamente todas as 6,9 mil línguas vivas em nossos dias.
Diferentes grupos usam diferentes fontes para perseguir as respostas, e cada
uma delas revela seus critérios e pressupostos. A ciência utiliza aquilo que
pode ser comprovado mediante provas científicas. Como diversos assuntos
(espirituais, por exemplo) não cabem na régua científica, são reputados a
outras categorias. A filosofia utiliza a lógica humana para aquilo que lhe
parece fazer sentido. Assim, as hipóteses são submetidas ao confronto das
antíteses com a possibilidade do encontro de uma síntese que faça sentido ao
assunto estudado. É o conhecido método dialético. A teologia cristã baseia-se
na revelação bíblica que guia, expõe e esclarece as verdades simples e
complexas da vida – e também estrutura tais verdades em doutrinas que tratam de
temas específicos, além das confissões de fé.
Tratando-se de apologia cristã, apesar de teólogos usarem com liberdade outros
campos de estudo (como a ciência e a filosofia) para suas abordagens, é vital
que se defina qual é a fonte primária para a construção das respostas. Um
teólogo reformado, que crê na Bíblia como Palavra inspirada por Deus em sua
totalidade, inerrante em sua revelação e provedora de orientação para a
humanidade em todas as gerações, entende que ela é a fonte de verdade e vida.
Vamos então ao ponto.
O universalismo é a crença de que todos serão salvos e que uma condenação eterna para os não salvos não exista.
Foi promovido por autores como Gerrard Winstanley, Richard Coppin e George de
Benneville no século 17: portanto, não é novo. Na América do Norte, os que
aderiram a essa linha teológica passaram a ser chamados de universalistas. Há
até uma Igreja Universalista, que abriga tais ensinos. George Knight tornou-se
o maior defensor do universalismo sob influência dos escritos de Friedrich
Schleiermarcher e George MacDonald.
Quanto Rob Bell, pastor norte-americano, até pouco tempo atrás ligado à Mars
Hill Bible Church, em Grandville, no estado americano do Michigan, expõe sobre suas
crenças universalistas, faz uma confusa mistura de fontes – assim como outros
pensadores que defendem essa abordagem teológica. Em alguns momentos, as
Escrituras são usadas para justificar e trazer respostas; em assuntos mais
desconfortáveis, como o pecado e o inferno, porém, a filosofia ou a ciência é
escolhida para propor as soluções, mesmo que contraditórias à Palavra. É
importante lembrar que escolher as partes bíblicas nas quais se deseja crer é
um antigo costume do liberalismo teológico. Bell tem levado adiante a proposta
por meio de carismáticas e bem articuladas palestras, além do seu livro O amor
vence – Um livro sobre o céu, o inferno e o destino de todas as pessoas que já
passaram pela terra, publicado no Brasil pela editora Sextante. O livro fez
barulho. Bell foi entrevistado para a capa da revista Time, viu sua obra ser
transformada em filme – Hellbound?, ou "Quem vai para o inferno?" – e
teve seu nome entre os mais comentados no Twitter. Aqui no Brasil, ele foi
entrevistado pela revista Veja, numa conversa intitulada Quem falou em céu e
inferno?, e motivou sérias discussões teológicas e debates na internet. E o
assunto é mesmo palpitante. O universalismo está ligado a outros movimentos
como o inclusivismo – a ideia de que Deus salvará a humanidade por outros
meios, além do Evangelho –; a teologia do processo, pela qual Deus conhece o
futuro, mas não todo ele; e a hipercontextualização, segundo a qual Deus se
revela em todas as religiões e o sincretismo religioso deve ser o alvo da fé
cristã. Vamos começar tratando da questão do inferno. Para os Universalistas o conceito de condenação dos injustos é um paradigma do sistema religioso, pois a palavra inferno é mitológica.
Etimologia da palavra Inferno
A palavra inferno, que hoje conhecemos, origina-se da
palavra latina pré-cristã inferus "lugares
baixos", infernus. Na Bíblia latina, a palavra é usada para representar
o termo hebraico Seol e os
termos gregos Hades e Geena, sem distinção. A maioria das
versões em idioma Português segue o latim, e eles não fazem distinção do
original hebraico ou grego: Das palavras Hades e Sheol, ambas com mesmo significado, tendo
conotação clara de um lugar para onde os mortos vão. Em versículos bíblicos
onde se menciona tais palavras, é possível perceber que se trata de um só
lugar. Com o passar do tempo, muitas religiões interpretaram
o inferno, como o destino de apenas alguns; pessoas que não assumiram uma
conduta louvável no ponto de vista religioso, e que por isso, foram condenadas
ao sofrimento jamais
visto pelo mundo material. Alguns teólogos observaram,
contraditoriamente, que o inferno não poderia ser um lugar desagradável,
afirmando que um personagem bíblico que estava em sofrimento no mundo real,
almejou “esconder-se no inferno”, para aliviar sua dor. Porém, o próprio Jesus fez uma narrativa de uma
situação de uma pessoa que se encontrava no inferno, essa pessoa implorava
a Abraão que mandasse
um conhecido que não estava no inferno lhe refrescasse a língua com pelo menos
a ponta do dedo molhado em água, pois em chamas era atormentado (Ver Lucas,
capítulo 16, versículos de 19 ao 31).
Obviamente tal relato não foi em sentido literal, pois uma
gota de água não alivia dor de quem está em chamas ou num calor intenso, mas queria dizer que
pelo enorme sofrimento precisaria aliviar-se de qualquer jeito. A crença na
existência de um lugar de tormento para o significado das palavras Hades e Sheol, foi muitas vezes confundida com a
palavra “Geena”, traduzida para “lago de fogo”, uma forma simbólica para
destruição eterna.
Alguns teólogos concluem que todos que morrem vão para o
inferno (Hades e Sheol), lugar onde até o próprio Jesus foi, a sepultura, sua
câmara mortuária. Como a própria Bíblia menciona,
ele não foi esquecido no Inferno, foi ressuscitado ao terceiro dia conforme
relatam os evangelhos. Porém deve-se salientar que outros teólogos veem que
essa ida de Cristo ao lugar de tormento foi para tomar o lugar de cada ser
humano que estava destinado à morte eterna pelo pecado original de Adão, e
sendo Jesus tido como o consumador da fé serviu de cordeiro expiatório apesar
de não ter visto corrupção.
Mudanças no Sentido da Palavra Inferno
O Dicionário Expositivo de
Palavras do Velho e do Novo Testamento diz a respeito do uso de
"inferno" para traduzir as palavras originais do hebraico Sheol e do grego Hades (Bíblia): Hades
. . . Corresponde a Sheol no Antigo Testamento.
Na Versão Autorizada do A.T. e do N. T., foi vertido de modo infeliz por
Inferno.
A Enciclopédia da Collier diz a
respeito de "inferno": Primeiro representa o hebraico Seol do
Antigo Testamento, e o grego Hades, da Septuaginta e
do Novo Testamento. Visto que Seol,
nos tempos do Antigo Testamento, se referia simplesmente à habitação dos mortos
e não sugeria distinções morais, a palavra ‘inferno’, conforme entendida
atualmente, não é uma tradução feliz.
O Webster’s Third New
International Dictionary diz: Devido ao entendimento atual
da palavra inferno (Latim Infernus) é que ela
constitui uma maneira tão infeliz de verter estas palavras bíblicas originais.
A palavra inferno não transmitia assim, originalmente, nenhuma ideia de calor
ou de tormento, mas simplesmente de um lugar coberto ou oculto (de . . . helan,
esconder).
A The Encyclopedia Americana diz: Muita
confusão e muitos mal-entendidos foram causados pelo fato de os primitivos
tradutores da Bíblia terem traduzido persistentemente o hebraico Seol e o grego
Hades e Geena pela palavra inferno. A simples transliteração destas
palavras por parte dos tradutores das edições revistas da Bíblia não bastou
para eliminar apreciavelmente esta confusão e equívoco.
Judaísmo
No judaísmo,
o termo Gehinom (ou Gehena) designa
a situação de purificação necessária à alma para que possa entrar no Paraíso - denominado por Gan Eden. Nesse sentido, o
inferno na religião e mitologia judaica não é eterno, mas uma condição finita,
após a qual a alma está purificada. Outro termo designativo do mundo dos mortos
é Sheol, que apresenta
essa característica de desolação, silêncio e purificação.
A palavra vem de Ceeol, que mais tarde dá origem ao
termo sheol, não confundindo com "Geena" que era o nome dado a
uma ravina profunda ao sul de Jerusalém, onde
sacrifícios humanos eram realizados na época de doutrinas anteriores. Mais
tarde, tornou-se uma espécie de lixão da cidade de Jerusalém, frequentemente em
chamas devido ao material orgânico. O uso do termo Sheol indica lugar
de inconsciência e inexistência, conforme o contexto nos mostra e não um lugar
de punição.
Cristianismo
O Inferno de Dante Alighieri. Dante e Virgílio no
Inferno, quadro de William-Adolphe Bouguereau. No Cristianismo existem diversas concepções a respeito do
inferno, correspondentes às diferentes correntes cristãs. A ideia de que o inferno é um
lugar de condenação eterna,
tal como se apresenta hoje para diversas correntes cristãs, nem sempre foi e
ainda não é consenso entre os cristãos. Nos primeiros séculos do cristianismo, houve
quem defendesse que a permanência da alma no inferno era temporária, uma vez
que inferno significa "sepultura", de onde, segundo os Evangelhos, a
pessoa pode sair quando da ressurreição. Essa
ideia é defendida hoje por várias correntes cristãs.
Veja que devido à má compreensão dos termos hebraico Seol e os termos gregos Hades e Geena difundiu esse grande caos teológico,
filosófico e religioso. Vamos ao passo a passo examinar essa questão a cerca do
inferno vamos entender o sentido e significado da palavra Seol: em Hebraico שאול (She'ol), é o
"túmulo", ou "cova" ou "a sepultura" Na Bíblia
Hebraica, a palavra "sheol" ocorre 65 vezes. Ela é usada
mais freqüentemente nos Salmos e
em outros livros sapienciais, além dos livros proféticos.
Perspectiva Histórica
De acordo com os professores Stephen L. Harris e James Tabor, Sheol
é um lugar de “vazio” que tem suas origens na Bíblia Hebraica (ou Talmude).
"Os antigos Hebreus não tinha ideia de uma alma imortal
tendo uma vida completa além da vida, nem de nenhuma ressurreição ou retorno da
morte. Seres humanos, como os animais do campo, são feitos de “pó da terra” e
na morte eles retornam ao pó (Gênesis 2:7; 3:19). A palavra hebraica Alma (Nephesh, grego: Psyche),
tradicionalmente traduzida por “alma vivente”, mas mais adequadamente compreendida
como “criatura vivente” é a mesma para todas as criaturas viventes e não se
refere a nada imortal... Todos os mortos descem ao Sheol, e lá eles jazem no
sono juntos. Seja bom ou mau, rico ou pobre, escravo ou liberto (Jó 3:11-19).
Ele é descrito como uma região “escura e profunda", "a cova,"
e"a terra do esquecimento", interrupção da vida (Salmos 6:5;
88:3-12). Embora em alguns textos o poder de Javé possa alcançar o Sheol
(Salmos 139:8), a idéia dominante é a de que os mortos são abandonados para
sempre. Essa idéia do Sheol é negativa em contraste com o mundo da vida e da
luz acima, mas não há noção de julgamento ou recompensa e punição. Se se encara
situações extremas de sofrimento no mundo dos vivos acima, como aconteceu com
Jó, o Sheol pode ser visto como um alívio bem-vindo à dor - basta ver o
terceiro capítulo de Jó. Mas, basicamente, ele é um tipo de “nada”, uma
existência que é praticamente uma inexistência, na qual a sombra do antigo ser
próprio sobrevive. (Salmos 88:10)."
Harris partilha observações similares em seu “Compreendendo
a Bíblia”: “o conceito de punição eterna não ocorre na Bíblia Hebraica, que usa
o termo Sheol para se dignar uma estreita região subterrânea onde os mortos,
bons e maus, subsistem apenas como sombras impotentes. Quando os escribas
judeus helenistas traduziram a Bíblia para o grego, eles usaram o termo “hades”
para traduzir Sheol, trazendo uma associação mitológica completamente nova à
idéia de existência póstuma. Nos mitos da Grécia Antiga, o Hades, nomeado a
partir da deidade sombria que o reinava, era originalmente similar ao Sheol
hebraico, um submundo escuro no qual todos os mortos, a despeito do mérito
individual, eram indiscriminadamente colocados." Enquanto alguns
crentes da Bíblia acreditam que ela contenha uma doutrina do Inferno (a
despeito do que eles possam pensar sobre a natureza do Inferno), as visões
típicas de Harris e estudiosos histórico-críticos da Bíblia é que a doutrina
muda pelo Livro, de acordo com a época que refletem.
Na mitologia grega, as
profundezas correspondiam ao reino de Hades, para onde iam os mortos. Daí ser
comum encontrar-se a referência de que Hades era deus dos Infernos. O uso do
plural, infernos indica mais o caráter de submundo e mundo das
profundezas do que o caráter de lugar de condenação, em geral dado pelo
singular, inferno. Distinguindo o lugar dos mortos - o Hades - a mitologia
grega também concebeu um lugar de condenação ou de prisão, o Tártaro.
A palavra "hades" (=submundo) substituiu
"sheol" quando - por decreto - a escrituras hebraicas foram vertidas
para o grego ( ver Septuaginta) na
antiga Alexandria por
volta do ano 200 A.C.
Uma vez que fizemos uma análise profunda sobre o inferno,
vemos que a palavra inferno tem uma percepção totalmente diferente dos termos apresentado
no que diz respeito à “sheol” e “hades”. Que quer dizer submundo ou mundo dos
mortos. Quando a Bíblia foi traduzida para o grego ela sofreu uma infeliz
interpretação desse mundo para um sentido de dor, angustia, penitencia,
purificação ou castigo diferencia por religião conforme a percepção errada da
palavra grega Geena. Esta palavra grega surge doze vezes no texto bíblico, nos
seguintes locais: Mateus 5:22, Mateus 5:29, Mateus 5:30; Mateus 10:28; Mateus 18:9; Mateus 23:15, Mateus 23:33, Marcos 9:43, Marcos 9:45, Marcos 9:47, Lucas 12:5 e Tiago 3:6
Geena refere-se ao vale de Hinom, fora das muralhas de
Jerusalém. Este vale era usado como depósito de lixo, onde se lançavam os
cadáveres de pessoas que eram consideradas indignas, restos de animais, e toda
outra espécie de imundície. Usava-se enxofre para manter o fogo aceso e queimar
o lixo. Jesus usou este vale como símbolo da destruição eterna. Muitos associam
a Geena com o Lago de Fogo de Apocalipse 20: 14, que é dito significar a
segunda morte.
Observe bem: Temos aqui duas situações quanto à alma depois
da morte física bem clara:
1º) A alma depois da morte indo para um submundo pois é o
sentido claro de “sheol” e “hades” isso antes de 70 d.C
2º) A alma de injustos ou ímpios que estivessem nesse
submundo não desfrutariam do reino de Deus na ressurreição e por tanto
sofreriam a segunda morte. A segunda morte aparece como uma punição definitiva
e eterna do ímpio depois da morte física. Não que exista um lugar que queime
como fornalha ardendo em chamas, O termo “geena” foi usado para descrever
metaforicamente o juízo de Deus uma
punição definitiva das almas dos injustos. A saber; A SEGUNDA MORTE
Alguém pode se queixar me acusando de adepto do sistema
religioso e perguntar: "Você defende o inferno?" Esta foi à pergunta
que ouvi em tom confrontador, de um universitário, enquanto conversávamos sobre
a salvação em Cristo. Minha resposta foi sobre minha crença em Deus e na
autoridade da Bíblia, a qual nos apresenta Uma definida base para a crença de
uma punição definida dos que não creem em Jesus como Salvador. Trata-se, então,
simplesmente de aceitação da autoridade bíblica. A segunda morte é uma tragédia
sem precedentes. Não é assunto a ser defendido com empolgação, mas reconhecido
com profundo lamento. Junto à queda dos nossos pais, narrada no Gênesis, é
possivelmente o assunto mais trágico e agonizante de toda a Palavra. Claro que
isso não é um meio de zombaria com relação aos que se perdem e não tem nada
haver com o que eles dizem isso ser uma injustiça de Deus. Os que assim pensam
vão ter dificuldade de explicar Textos claros quanto a Punição está ainda de pé
mesmo depois de 70 d.C. Examine com cuidado alguns textos da Bíblia onde aponta o pecado como sendo um mal que precisa de cura:
“Porque, eis que eu crio novos céus e nova terra; e não
haverá mais lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão. Mas vós
folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que crio para
Jerusalém uma alegria, e para o seu povo gozo. E exultarei em Jerusalém, e me
alegrarei no meu povo; e nunca mais se ouvirá nela voz de choro nem voz de
clamor. Não haverá mais nela criança de poucos dias, nem velho que não cumpra
os seus dias; porque o menino morrerá de cem anos; porém o pecador de cem anos
será amaldiçoado.” Isaías 65:17-20
Observe que essa é uma citação dentro do estado de perfeição da obra de Deus! na chegada dos novos céus e nova terra! (Nova Aliança), Onde o pecador será punido. Outro texto bem interessante está no livro de Apocalipse:
“E mostrou-me o rio da
água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro.
No meio da sua praça, e de ambos os lados do rio, estava a árvore da vida, que
produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da árvore são
para a cura das nações.” Apocalipse 22:1,2
Veja! Pra que uma árvore que dão frutos e que suas folhas servem para curas dos povos se todos estão na nova Jerusalém salvos e perfeitos?????
Isso é conflitante para a fé universalista não é
mesmo? Só uma hermenêutica maliciosa
poderia desviar o verdadeiro sentido das duas citações acima! Observe que ambos
aparecem como eventos em ocorrência após o estabelecimento do Reino de Deus!
O Problema em questão é que os universalistas, futuristas e
Parciais Preteristas Não entendem que a Escatologia foi de Pactos, mudança
espiritual e não mudança física sobre a terra! Não amigo; A Mudança já se fez,
porém foi espiritual! Está escrito: “E agora digo isto, irmãos: que a carne e o
sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção.” 1 Coríntios 15:50
Então entenda; A Salvação foi dada a igreja e a possessão
plena dessa herança é obtida pela fé em Jesus. Outro dia ouvir um universalista
dizer que “Não existe mais fé para a salvação”. Declaração grandemente ofensiva
a justificação da Aliança da Graça pela pregação do Evangelho eterno do Rei
Jesus! Está escrito:
“Porque, se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor,
e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será
salvo;pois é com o coração que se crê para a justiça, e com a boca se faz
confissão para a salvação.
Porque a Escritura diz: Ninguém que nele crê será confundido.
Porquanto não há distinção entre judeu e grego; porque o mesmo Senhor o é de
todos, rico para com todos os que o invocam. Porque: Todo aquele que invocar o
nome do Senhor será salvo.” Romanos 10:9-13
Confessar aqui está além do simples fato de falar
publicamente! A palavra confessar aqui é homologeõ que sig: CONSENTIR!
CORRESPONDER! CONCORDAR! ADMITIR!
Logo, recorrer a Cristo pela fé para a salvação é buscar a
cura em Jesus para justificação eterna. Por isso que a pregação da Palavra continua em vigor! Agora
não mais anunciando um reino que virá, mais anunciando que o Senhor Reina e que
todos se submetam, consinta, conrrespondam, concordem, admitam a seu Senhoril!
Portanto, perante um homem de natureza caída (Fisicamente), existente em sua
própria injustiça, impiedade e perversidade, Paulo não destaca soluções humanas,
eclesiásticas ou mesmo sociais. Ele nos apresenta Deus. Na teologia paulina, a
solução para o homem não é o homem, mas é Deus, não é a filosofia Universalista
é sua revelação em Cristo. O apóstolo enumera alguns atos de perversão. Em
Romanos no Cap.1 verso 20, ele nos fala da perversão filosófica em que os
homens, mesmo perante a manifestação de um Deus que tudo criou, procuram
alicerçar suas vidas com base em seus próprios pensamentos corruptíveis. No
verso 23, ele aborda a perversão religiosa, manifesta na mudança da glória de
Deus, incorruptível, em imagem de homem corruptível, bem como de aves,
quadrúpedes e répteis. Isso nos remete à realidade da idolatria. Do verso 26 em
diante, Paulo fala a respeito da perversão ética e moral e menciona que o homem
deixa o contato natural com a mulher, havendo até relacionamentos "homens
com homens, cometendo torpeza". Ou seja, a natureza humana é pecaminosa e
o homem se põe a cometer "atos inconvenientes, cheios de injustiça, malícia,
avareza e maldade". Alguns desses atos pecaminosos são enumerados a
seguir: inveja, homicídio, contenda, dolo, malignidade, soberba, insolência.
O homem, portanto, não é condenado por não conhecer a história bíblica; ele é
condenado por não glorificar ao Senhor. Os homens não são condenados por não
ouvirem a Palavra; eles são condenados, cada um, por seus pecados, por não se
CONSENTIR! CORRESPONDER! CONCORDAR! ADMITIR! O senhoril do Rei Jesus. O
desenvolvimento do texto deixa claro que, perante semelhante quadro de
escuridão e perdição, Deus se levanta e nos atrai a ele, em Cristo Jesus.
É comum ao homem natural gerar a ideia de um deus que simplesmente satisfaça
aos seus anseios sem lhe confrontar. Esses deuses utilitários e manipuláveis
são encontrados em abundância em toda a história da humanidade e das religiões.
Biblicamente, porém, não há sentido em apresentar Deus que busca se relacionar
com o homem sem expor o pecado humano e seu estado de total carência de
salvação. O relativismo radical, associado ao individualismo, tem levado muitos
cristãos a apresentarem o lado consolador do Evangelho, omitindo, contudo, sua
realidade confrontadora. Fala-se sobre um Deus que salva o perdido, mas
deixa-se de lado a realidade do estado humano de perdição. Fala-se sobre o céu,
mas não sobre a segunda morte. Fala-se sobre a cura que alegra, mas não sobre o
sofrimento que burila. Dentro dessa lógica, "pecado" tornou-se um
termo politicamente incorreto e associado à descriminação do indivíduo. Paulo,
porém, nos lembra que é vã qualquer tentativa de se expor o Evangelho de
salvação sem a apresentação da verdade do homem caído, perdido, em trevas e com
total carência da luz de Deus.
SATISFAÇÃO HUMANA x GLÓRIA DE DEUS
Já o movimento sociocultural histórico e mundial do antropocentrismo vem se
delineando na pós-modernidade a partir de uma perspectiva individualista que
desenvolve o hedonismo e narcisismo. Apesar dos termos repaginados a cada
geração, o antropocentrismo tem sua raiz em Gênesis 3, quando nossos pais
escolheram satisfazer um desejo pessoal em detrimento da obediência a Deus. Em
seu coração, o homem colocava-se pela primeira vez no centro da criação. Hoje,
não é diferente. O homem busca ser o centro do universo e da teologia. Assim,
mesmo na teologia os temas mais celebrados em nossos dias giram em torno da
satisfação humana, e não da verdade divina. Fala-se de céu, e não da
possibilidade de não obtê-lo . Promete-se a prosperidade que satisfaz e
omite-se o sofrimento e a perseguição. Contudo, na galeria dos heróis da fé, mencionados
em Hebreus 11, encontramos cristãos fiéis sofrendo, cortados ao meio, lançados
em covas de leões, torturados, maltratados e encarcerados. Lemos que ali
mulheres perderam, repentina e tragicamente, seus maridos, e filhos perderam
seus pais.
A influência antropocêntrica também leva a Igreja a desenvolver um perfil
contrário à missão. Ela passa a escolher e destacar os versos bíblicos que
prometem felicidade e paz, deixando em segundo plano os trechos que falam sobre
missão, responsabilidade e serviço. O hedonismo e o narcisismo são variantes
deste movimento antropocêntrico que tem influenciado muita gente de forma
extremamente rápida em nossos dias. O hedonismo – a busca pelo prazer e
realização pessoal – tem tentado extinguir toda chama de abnegação, disposição
e sacrifício do crente pela causa de Deus. Ele também impele o cristão a
escolher suas crenças aceitando aquilo que não o confronta. A cultura do
entretenimento tenta substituir a cultura do serviço. Assim, a humanidade
passou a definir suas atitudes e expectativas perante um único crivo: o que lhe
dá prazer.
Outra influência antropocêntrica é o narcisismo. Este desejo de ser belo e
reconhecido como tal é outro elemento que cativa a Igreja a andar em caminhos
nos quais se substitui a glória de Deus pela humana. Se o motivo maior da
existência da Igreja é glorificar a Deus, o narcisismo é uma das maiores
barreiras em nossa caminhada. Por estímulo narcisista, diversos crentes fazem a
coisa certa pela motivação errada. A armadilha contida nessa variante
antropocêntrica é nos tornarmos pessoas envolvidas com Deus e a sua obra,
ativas na igreja e na missão, solícitas para cooperar com o próximo – porém,
tudo é feito para nossa própria exaltação e glória. Enganoso é o coração!
O narcisismo tenta despertar em nós a vaidade que faz nascer o desejo de sermos
reconhecidos, bajulados e mencionados por outros de forma destacada. É preciso,
porém, compreender que, para cumprir a vontade do Pai, não nos basta colocar a
mão no arado: é necessário buscar um coração puro. Perante os desafios da vida
e da fé, é preciso definir a fonte. O que a Reforma Protestante produziu no
século 16 foi um retorno à Palavra que necessita ser exercitado a cada dia.
Vivemos um dos momentos mais sensíveis quanto ao ataque à fé cristã em nossa
geração. A Igreja está sendo influenciada por relativismos e antropocentrismos
que a levam a buscar a fórmula da felicidade, e não a obediência ao Pai. Também
nossos jovens estão sendo frontalmente combatidos nos meios universitários em
razão de sua fé. A promoção do ateísmo, em todas as instâncias de convívio
social, jamais foi tão forte. Perante tais ataques devemos dobrar nossos
joelhos em oração, alicerçar nossa fé nas Escrituras e ensinar abundante e
insistentemente aos nossos filhos as verdades de Deus.
Pouco tempo atrás, um professor do Ensino Fundamental me
contou que o programa de Estudos Sociais que estava sendo adotado em sua escola
era essencialmente o currículo definido pela ONU. As declarações e as
realizações da ONU eram o assunto central e tudo parecia estar baseado em um
projeto global, com a cidadania global em vista. Parte desse programa de
Estudos Sociais era ensinar a "tolerância religiosa" como um direito
humano fundamental. Ser tolerante com os outros é uma atitude nobre, mas o
contexto não era desenvolver características altruístas, mas promover as
filosofias interfé e universais.
Em 1997, tive a oportunidade de testemunhar em primeira mão
como o universalismo religioso, sob o disfarce da tolerância, seria aplicado
nas escolas públicas canadenses. Como um participante do Congresso Para a
Juventude Cidadania Global 2000, um evento patrocinado em parte pelo governo do
Canadá, observei como os educadores e as crianças em idade escolar foram
levados a adotar as filosofias de cidadania mundial. O universalismo religioso
foi apresentado como necessário para a criação de um novo conjunto de valores
globais.
O orador convidado para o evento era Robert Muller,
ex-assistente do Secretário-Geral da ONU. Levando o pluralismo espiritual ao
seu objetivo final, ele disse aos participantes: "... somos todos unidades
cósmicas. É por esta razão que as religiões nos dizem que somos divinos. Somos
energia divina... está em suas mãos decidir se a evolução neste planeta
continuará ou não." O objetivo da conferência, sem qualquer surpresa, era
incorporar esse pensamento dentro do sistema educacional da cidade de
Vancouver, na Colúmbia Britânica, e depois cruzar o país por meio do currículo
de Estudos Sociais e outras vias educacionais. (Para saber mais sobre este
evento, leia a edição de março de 2007 da Forcing Change.) Os jovens
canadenses seriam impactados, de uma extremidade do país até a outra, com a
mudança sutil do sistema de valores de toda uma geração.
Olhando para o futuro não tão distante, como será a
sociedade? Aqui estão alguns pontos a considerar: Para os cristãos que adotam a interpretação literal da
Bíblia e creem nas afirmações de Jesus Cristo, expressar essas convicções será
considerado culturalmente prejudicial. As afirmações de verdade religiosa
exclusiva poderão ser rotuladas como crime de ódio e receber uma legislação
punitiva. As igrejas, organizações paraeclesiásticas e as missões cristãs
poderão ser colocadas sob uma luz cultural negativa, a não ser que mudem a
mensagem para refletir a ética pluralista.
A educação será baseada em propaganda, movendo o foco do
ensino para o reino da modificação do comportamento e das crenças. Esta já é
uma tendência dominante na educação no Sistema Público de Ensino. Alternativas espirituais serão incentivadas, com o
crescimento resultante do misticismo, do ocultismo e das práticas pagãs.
A moralidade em geral declinará. Os padrões de honestidade,
integridade e veracidade não mais serão mantidos em um terreno firme. O
relativismo moral prevalecerá.
Muito possivelmente, uma tirania burocrática de
"paz" e uma tolerância com tudo aparecerão, preenchendo o vácuo da
razão e da verdade abandonadas. Esse entrincheiramento político já foi
observado na história, com o resultado que a mão pesada do governo se faz
sentir. As sementes de todos esses resultados potenciais já existem
e, em muitos aspectos, os pontos citados acima não refletem um cenário futuro,
mas movimentos contemporâneos que já são discerníveis. Compreendendo como a sociedade está adotando o universalismo
religioso, o solo em que ele cresceu e o quadro grande que apresenta, é
imperativo entender o tempo em que vivemos.
Entretanto, existem problemas no arraial Universalista e pluralista.
Aceitar o universalismo religioso levanta alguns obstáculos
lógicos. Se todas as "tradições de fé" são válidas e irradiam a
verdade, então as expressões espirituais desviantes também precisam ser
toleradas. Até o mais esclarecido pluralista tem dificuldade em engolir esta
linha. Em 2001, Carl Teichrib em uma análise mais profunda das
questões Universalista disse: “ testemunhei esse tipo de impasse ao comparecer
a um encontro em uma igreja universalista na Flórida. Durante o intervalo,
conversando com um grupo de membros do -universalismo, a discussão se voltou
para os ideais do pluralismo. Um dos participantes, obviamente perplexo,
apresentou a seguinte questão: "— O que faremos com os satanistas?"
Um dilema interessante: a posição de tolerância para todos e
verdade em tudo tem de aceitar a validade de todas as experiências e expressões
espirituais. Portanto, reconhecer somente os fundamentos morais e dogmas das
"grandes fés" à custa das religiões fora da corrente dominante é
hipocrisia e cheira a exclusivismo. Para ser intelectual e logicamente consistente,
a unidade na diversidade tem de aceitar tudo ou nada. O questionador também
acrescentou: "— E os cultos que realizam sacrifícios humanos?"
Observei admirado como a conversa foi de uma posição
"intelectual" de tolerância para o silêncio constrangedor. Ninguém
respondeu. Ninguém queria defender o nazismo, que tinha uma inegável aplicação
metafísica e mística; ninguém queria defender a seita Portal do Céu; ninguém
queria se associar com esse tipo de religião.
O questionador tinha batido em uma das falácias mais claras
do universalismo: independente de quão frequentemente o mantra do pluralismo
seja repetido, todas as religiões não são a mesma coisa. Outro paradoxo aparece quando examinamos o universalismo
religioso. Dizer que todas as religiões são iguais é como dizer que nenhuma
religião existe, e que a verdade, da mesma forma, não pode ser
"verdade".
Isto também segue um caminho previsível. Quando rejeita Deus
e a verdade, a humanidade se torna o árbitro proclamado, autorizando a
definição de novos padrões e novos deuses, como a Terra, o governo, o poder e
até o próprio homem.
Soli Deo Gloria
Material de pesquisa:
Livro: Compreendendo o Universalismo Religioso Autor: Carl
Teichrib, Forcing
Change, Volume 2, Edição 1.
Site: Wikipédia, a enciclopédia livre (Pesquisas sobre a etimologia do inferno)