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sábado, 25 de março de 2017

O PROBLEMA DA INTERPRETAÇÃO "ESPIRITUALIZADA" E O DESCONHECIMENTO DAS EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS DO POVO JUDEU. (Zacarias 14)



                                Por: C. S. Lima

Os crentes do sistema religioso que não crêem no pretrismo (por não examinar as escrituras) costumam interpretar “espiritualmente” muitas passagens do profeta Zacarias. Isso é bastante incoerente, já que interpretam literalmente as profecias acerca da primeira vinda de Jesus, também deveriam fazer o mesmo com as profecias de sua segunda vinda mencionadas no livro de Zacarias.

O profeta Zacarias fala tanto da primeira como da segunda vinda de Cristo. O contexto geral do livro evidencia que tanto a primeira como a segunda vinda do Messias estão intrinsecamente ligadas com o povo e com a terra de Israel. Tudo o que Zacarias previu acerca da primeira vinda de Jesus já se cumpriu – não devemos esperar mais um cumprimento de profecias pelo cunho do "espiritualmente", pois de forma literal elas se cumpriram e fica claro de entender isso quando analisamos os textos dentro de seus contextos literário, histórico-cultural e quando usamos a propria bíblia para explicar a bíblia ao invés de vaguearmos em devaneios de nossas mentes "espirituais" que nunca encaixam com o texto sagrado.
A linguagem figurativa nas visões do profeta, naturalmente, é algo diferente. Benedikt Peters, em seu comentário de Zacarias, mostra que mesmo os intérpretes que negam o Preterismo, quando interpretam Jerusalém em Zacarias 1-11, afirmam que essa cidade é a Jerusalém terrena, o que nós Preteristas completos também cremos. A ruptura que os futuristas fazem erroneamente na interpretação do livro acontece quando se trata da segunda volta de Cristo. Aí começa a espiritualização da geografia, o acarreta num erro grotesco e primário, pois a interpretação futurista a partir desse ponto atropela e ignora o contexto geográfico, histórico e todas as expressões idiomáticas que são marcas registradas das profecias apocalípticas.

Vejamos alguns exemplos do cumprimento literal das profecias de Zacarias acerca da primeira vinda do Messias:

Jesus entrou em Jerusalém montado em um jumento (Zc 9.9).Jesus foi abandonado por Seus discípulos quando foi preso (Zc 13.7).Jesus foi traído por 30 moedas de prata (Zc 11.12).As 30 moedas foram jogadas por Judas no Templo e com esse dinheiro foi comprado o campo do oleiro (Zc 11.13).O lado de Jesus foi traspassado com uma lança (Zc 12.10).

Daí eu pergunto porque os futuristas não usam o mesmo critério de interpretação?

Como podem mudar tão bruscamente a forma de examinar e interpretar o mesmo livro?

Porque eles fazem isso por má fé ou por desconhecimento dos contextos culturais, históricos e da crítica textual?

Em diversas passagens Zacarias fala, num mesmo contexto, tanto da primeira como da segunda vinda de Jesus. Por isso, não existe razão para interpretar as passagens sobre a segunda vinda de forma diferente, não se pode alternar os parâmetros interpretativos ao seu bel prazer, devemos seguir a risca as regras de uma exegese bíblica séria e uma hermenêutica sadia.

Pois vejamos então os textos de Zacarias em um paralelo com os ditos de Jesus:

Os povos se levantarão contra Jerusalém (Zc 12.1-3) está totalmente de acordo com que o próprio Jesus profetizou que ocorreria na geração dos apóstolos segundo os textos de Mt 24:6,7 Mc 13:7,8 e Lc 19:43,44 Lc 21:9-11. O historiador Flávio Josefo detalha as legiões romanas que sitiaram Jerusalém, nessas legiões haviam povos de todas as nações dominadas pelos romanos, como egípcios, sírios, e inúmeros outros povos gentios, além de que a propria Jerusalém estava repartida em 3 facções, o que casa muito bem com "filho contra pai".

A casa de Davi reconhecerá o seu Senhor e Rei na pessoa de Cristo, que retornou, e experimentará um derramamento do Espírito Santo (Zc 12.10). Aqui remete exatamente ao dia de Pentecostes narrado em At 2:1-13
O que me chama a atenção é em especial o verso 5 deste capítulo, pois aqui diz que TODAS AS NAÇÕES QUE HÁ DEBAIXO DO CÉU, essa citação é um claro exemplo do contexto cultural que não pode ser ignorado na hora de interpretar um texto da bíblia, pois a bíblia vem da cultura judaica, em inúmeras passagens teremos está mesma ideia de totalidade de nações muito embora o texto não esteja se referindo a todos os países do mundo, e isso ocorre porque para os judeus do I séc o "mundo" era na verdade o mundo habitado ou conhecido dos próprios judeus, o mundo judaico, outro exemplo claro é visto em Cl 1:23 onde o apóstolo Paulo afirma ter pregado ao mundo inteiro o evangelho, mais uma vez fica nítida a expressão idiomática empregada nessas passagens, fato respaldado pelo Léxico Grego-português do NT baseado em domínios semânticos da SBB de Johannes Louw e Eugene Nida página 11 verbete 1:43

No lamento de arrependimento as diversas linhagens de Israel são listadas (Zc 12.11-14).

Ezequiel menciona nominalmente as doze tribos de Israel em sua visão do Reino Messiânico, com indicações geográficas exatas que só podem ser aplicadas à terra de Israel (Ez 48.22-29).O monte das Oliveiras se repartirá ao meio quando Jesus voltar (Zc 14.4). Aqui dentro do contexto deste capítulo temos a visão de um grande terremoto, o que mais uma vez converge aos ditos de Jesus em seu sermão apocalíptico e isto é confirmado por Flávio Josefo e Tacito:
Haverá grandes terremotos, fomes e pestilências em vários lugares, e coisas espantosas e grandes sinais do céu” (Lc.21:11).

TERREMOTOS - Os trinta anos que precederam a queda de Jerusalém foram marcados por terremotos e catástrofes que acabaram dizimando a população do império. Em 46 d.C. houve um grande terremoto em Creta. Talvez fosse sobre isso que Paulo falava ao afirmar que a ira de Deus havia caído sobre os judeus de Creta (1 Tess.2:16). No dia em que Nero assumiu a toga virillis, em 51 d.C. houve um terremoto em Roma. Houve outro terremoto em Apamea, na Frígia, mencionado por Tácito, historiador romano, que também menciona diversos outros terremotos em Campanha e em Laodicéia. Um terremoto muito forte sacudiu Jerusalém em 67 d.C., pouco antes daquela cidade ser invadida e destruída pelas hostes romanas. Escrevendo acerca de um terremoto que acometeu Jerusalém pouco antes de ser invadida pelos romanos, Josefo diz que “sobreveio uma horrível tempestade: a violência do vento, a impetuosidade da chuva, a quantidade de relâmpagos, o ribombar horrível do trovão, e um tremor de terra, acompanhado de rugidos, perturbou de tal modo a ordem da natureza, que todos o julgaram presságio de grandes desgraças” (Livro Quarto, Cap.17: 316).

Em conexão com a volta de Cristo, Zacarias traz dados geográficos concretos, cita nomes e localidades em Israel e outros países (Zc 14.10-11,18).

Zacarias, como Ezequiel (Ez 47.8), fala da campina do mar Morto, também chamada Aravá.

No profeta Zacarias as profecias sobre a primeira e a segunda vinda de Cristo são tão claras e evidentes, tão encaixadas numa engrenagem única que impossibilitam a aplicação de critérios interpretativos diferentes (interpretação literal ou espiritual) sem romper com os princípios exegéticos do texto bíblico. A profecia acerca da primeira vinda de Cristo no livro de Zacarias, já cumprida literalmente, não permite outra conclusão: os dados proféticos acerca da sua volta se cumpriram da mesma forma, literalmente logo após a queda de Jerusalém e do seu templo, vejam em Zc 14 diz "as mulheres violentadas" Jesus disse "aí das gravidas e amamentando", Zc 14 diz a metade da cidade saíra para o exílio, mas o resto do povo não será eliminado" Jesus disse "um será levado outro será deixado"
Vejam o relato de Josefo:

“Ora, o número daqueles que foram levados cativos durante toda esta guerra foi verificado ser noventa e sete mil, como foi o número daqueles que pereceram durante todo o cerco onze centenas de milhares, a maior parte dos quais era na verdade da mesma nação, porém não pertencentes à própria cidade, pois tinham vindo de todo o país para a festa dos pães asmos e foram subitamente fechados por um exército...” (Guerras, livro 6, capítulo 9, seção 3).

Zc 14 traz "não haverá mais Luz" Jesus disse que que "o sol não dará seu brilho"
Não há dúvidas Zc 14 é um paralelo dos sermões proféticos de Jesus.
Mais uma vez recorendo a propria bíblia para a compreender a linguagem empregada por Jesus, ao citar o sol faz uma referência clara ao Governo político e religioso estabelecido em Israel, pois na biblia vemos sol, lua e estrelas como o estado de Israel e sua 12 tribos (sonhos de José Gn 37:9-11), ou seja, com a queda do templo e da cidade de Jerusalém chegaria ao fim o sistema sacerdotal mosaico, onde o sumo sacerdote era o chefe de Estado e chefe religioso ao mesmo tempo.

Percebam que interpretar o texto de forma espiritual não significa "espitualizar o texto em busca da revelação de um mistério ", pois a palavra de Deus apesar de ter alguns mistérios, tem também a chave que desvenda os mistérios, NÃO ACREDITE EM SUPOSTAS REVELAÇÕES DO eSPIRITO sANTO QUE NÃO ESTEJAM GRAFADOS NAS PRÓPRIAS PÁGINAS DA BÍBLIA, essas tais revelações são apenas delírios da mente humana, a bíblia revela a bíblia e ponto final.

Portanto uma interpretação realmente espiritual, e não espiritualizada, do texto de Zacarias 14 pode ser bem exemplificada pela citação do Monte das Oliveiras, onde já demonstrei o aspecto geográfico, mas e o lado espiritual do texto teria?
A resposta será sim desde que eu apresente bases NA BÍBLIA e não de supostas revelações fora da bíblia.
Então confira nos textos a seguir se as expressões Deus sobre os montes ou montanhas fazem parte dos ditos apocalípticos e tem um sentido equivalente a outras expressões tipo Deus vindo sobre as nuvens e ou Deus vindo julgar, fazer justiça, juízo, etc....

Confira isso nessas passagens a seguir:

"E o Senhor desceu para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam Vinde, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro..." (Gênesis 11: 5,7). "Então, eu desci para livrá-los do poder dos egípcios, e para fazê-lo subir daquela terra a uma terra boa e espaçosa, para uma terra que mana leite e mel (Ex 3: 8) "Então tu chegaste para baixo no monte Sinai, e te falo com eles do céu (Ne 9.: 13a).... "Abaixa, ó Senhor, os teus céus, e desce; toca os montes, e fumegarão." (Salmo 144: 5). "Porque assim diz o SENHOR a mim, 'Como o leão ou o jovem leão ruge sobre a sua presa, contra a qual um grupo de pastores é chamado para fora, não será aterrorizado com a sua voz, nem perturbado com seu ruído, assim o Senhor dos exércitos descerá, para fazer a guerra no monte Sião e em sua colina '"(Isaías 31:. 4). "Oh! se fendesses os céus, e descesses, e os montes se escoassem de diante da tua face," (Isaías 64:1). "Quando fazias coisas terríveis, que nunca esperávamos, descias, e os montes se escoavam diante da tua face." (Isaías 64:3). Em Miquéias 1: 3 somos informados de que Deus "está chegando saiu do seu lugar" para "descer e pisar os altos da terra." Como essa linguagem descritiva é diferente da qual o Senhor disse que estava no Monte das Oliveiras com o resultado de dividi-la? Miquéias diz que "as montanhas se derreterão debaixo dele, e os vales serão divididos, como a cera diante do fogo, como água derramada por um declive" (1: 4). "Não era incomum para os profetas usassem expressões figurativas sobre a decida do Senhor sobre o Monte: Temos montes em tremor, montes sendo espalhados, e os montes se esmiuçando (Hab 3:6,10).;Montanhas fluindo para baixo de sua presença (Isaías 64:1,3); ou montanhas e colinas que cantam e as árvores aplaudem com suas mãos (Isaías 55:12)". 6

Vejam ai que a resposta é sim, Jesus com os pés sobre os montes das Oliveiras significa o juízo sendo executado da maneira que ele mesmo profetizou.

Dessa feita a icorente Preterista mantém a coerência de formar linear de interpretação do livro de Zacarias do seu capítulo inicial até o final, sendo que a interpretação literal em nada se contradiz na interpretação espiritual, ou seja, na interpretação do contexto bíblico apocalíptico, casando perfeitamente assim os aspetos geográficos, com os histórico-culturais, com os aspectos da crítica textual dentro da peculiaridade das expressões idiomáticas messiânicas e apocalíptica, e de quebra tendo todo o suporte as referências bíblias tanto do Velho testamento quanto do Novo testamento

terça-feira, 21 de março de 2017

Saíba porque eu acredito que o Livro de Apocalipse foi escrito antes de 70 d.C

Por Greg Kiser


Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu, para mostrar aos seus servos coisas que devem acontecer em breve.  
(Apocalipse 1: 1) 

1º - As declarações de tempo segundo o texto, referem-se a eventos de grande importância judaica do primeiro século da era Cristã. Se ele foi escrito realmente em 96 d.C, não haveria eventos em breve momento a acontecer que poderia até remotamente se encaixar com esse tempo. Se, no entanto, foi antes de 70 d.C, então a destruição de Jerusalém ascende à ocasião ao cataclísmico judaico narrado pelo Senhor Jesus em Mateus 24. As declarações de tempo por tanto exigem que olhemos os fatos com mais precisão.

2º - A versão síria do segundo século do livro tem o título de "João Evangelista na Ilha de Patmos, onde foi enviado por Nero César". Nero, é claro, morre em 68 d.C. Se Nero morre em 68 d.C, não há como concordar que o Livro tenha sido escrito depois de 70 d.C.

3º - Há algumas versões de alguns manuscritos que têm o número da besta como 616 em vez do hebraico 666. (Você pode encontrar isso indicado em quase qualquer Bíblia de Estudo). O que é chocante é que usando a gematria o nome de César Nero somaria até 616, nessas versões, mas em hebraico, 666. Isso é uma evidência muito forte de que César Nero era realmente o que está sendo referido como a besta e que a mudança de 666 para 616 em alguns manuscritos era intencional por essa mesma razão. É quase impossível encontrar o nome de outra pessoa nesse período de tempo que faria isso!

4º - De acordo com as epístolas às igrejas ainda haviam judaizantes (Apocalipse 2: 9; 3: 9) apresentando problemas nas igrejas. Isso, seria ridículo após 70 d.C.

5º - O templo e a cidade aparentemente ainda estavam de pé em Apocalipse 11, porque João foi enviado para medi-los. Isso não seria possível depois de 70 d.C. E se João está se referindo a algum templo reconstruído em um futuro distante, e se ele está escrevendo em 96 d.C, então seu silêncio completo sobre a destruição do templo em 70 d.C é ensurdecedor!

6º - O 6º rei em Apocalipse 17 é o que persegue os santos. Os imperadores romanos são (1) Julius, (2) Augustus, (3) Tiberius, (4) Calígula, (5) Claudius, então (6) Nero. Nero foi o primeiro César Romano da linha Juliana a perseguir os cristãos. A morte de Nero terminou a dinastia Juliana. Aquele que governava após ele reinou apenas um pouco. . Galba, 6 meses. Se o 6º Rei é realmente Nero, ele seria aquele que "agora é" de acordo com a profecia, e isso daria a data da escrita antes do ano 68 d.C, quando Nero supostamente cometeu suicídio. Nero também perseguiu os cristãos por 42 meses como é afirmado na profecia.

7º - Qual seria o propósito de João dizer aos primeiros leitores de sua profecia que "calculassem" o número do nome da besta se eles não o veriam antes de 2000 anos? Isso seria completamente ridículo. Isto implica que a besta estava vivendo no momento da escrita, provando assim necessariamente que a escrita foi pré-70 d.C, Pois leva definitivamente em conta as declarações de tempo do livro.

8º - O sétimo rei de Apocalipse 17 ainda não tinha chegado. Se Nero é o 6º, então o livro foi escrito antes de Galba, ou seja, antes do ano 70 D.C.

9º - Os incríveis paralelos de Mateus 24 e Apocalipse é surpreendente. Observe que o Senhor Jesus disse que tudo aconteceria em "esta geração" e "quando ... Jerusalém estivesse cercada de exércitos". A maior parte daquela geração já estava morta no tempo de 96 d.C Logo seria um vexame se  pensarmos que aquela geração que o Senhor Jesus se referiu ainda não tenha passado.


Contra fatos DA PRÓPRIA BÍBLIA, não há argumentos convincentes para desvalidar tamanha verdade quanto ao tempo da escrita do livro de Apocalipse.

SOLI DEO GLORIA!