Por O. G. Silva
"E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não
dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus
serão abaladas. " Mateus 24:29
No que diz respeito a esta
profecia, muitos a associam com a ideia de um colapso cósmico resultante
de um retorno futuro de Cristo; contrariando o senso comum daqueles que
se restringem a interpretação literal dos textos bíblicos, Jesus não
predisse a destruição de corpos celestes do nosso sistema solar. As
escrituras muitas vezes trazem figuras de linguagem para expressar um
sentido não literal ao texto, de maneira que somente possa ser
discernido espiritualmente. Sabemos que repetidas vezes Jesus falou por
parábolas, semelhantemente às parábolas de Jesus, a linguagem figurativa
revela as verdades ocultas do reino de Deus, entretanto não a todos;
aos mansos, simples e humildes, traz luz e entendimento, enquanto aos
orgulhosos e rebeldes, julgando-se sábios, traz mais confusão (Mateus
13:10-17). Longe de um colapso cósmico, os elementos se dissolvendo (2
Pedro 3), devem ser compreendidos em paralelo com a destruição de
Jerusalém e do templo dos judeus, narradas nos textos de Mateus 24:1-51,
Lucas 21:5-38 e Marcos 13:1-37. Aqui, a escatologia é Pactual e não
cósmica, os elementos se dissolvendo, representam mudança de governo e
domínio, precisamente a dissolução do pacto judaico. Os escurecimentos
do sol e da lua apontaram o fim da lei de Moisés e do sacerdócio Levítico, para dar lugar ao reino de Deus (a plenitude da graça); sendo o
próprio Senhor, mediador e Sumo Sacerdote do novo pacto (Hebreus
7:11-28). As estrelas caindo do céu referiram-se à condenação de Israel,
pela desobediência, incredulidade e rejeição a Cristo; sendo verdadeiro
que a lei iniciou neles, seguramente que também terminou neles; nesse
instante, os israelitas deixaram de ser o povo da aliança. Na nova
aliança, a graça de Deus foi oferecida a israelitas e gentios (não
israelita), não havendo mais distinção entre os dois povos (Efésios
2:11-22). O cumprimento da profecia teve como marco histórico a
destruição de Jerusalém e do templo em 70 d.C., na ocasião, os maiores
símbolos da antiga aliança. Com a derrota da Grande Revolta Judaica
(meados de 66 a 70 d.C.), as tropas do imperador romano Vespasiano, sob o
comando de seu filho o general romano Tito Flávio, futuro imperador,
capturou Jerusalém, aproximadamente um milhão e trezentos mil judeus
foram mortos e outros cem mil foram escravizados, a cidade ficou em
ruínas e o templo dos judeus foi demolido acidentalmente no incêndio,
pondo um fim no culto judaico, nos seus rituais e sacrifícios. Jacó ao
interpretar o sonho profético de seu filho José, entendeu a simbologia
dos elementos presentes no sonho; compreendeu que ele e sua esposa,
figurados pelo sol e a lua, representaram governo; enquanto seus filhos,
figurados pelas estrelas, representaram o povo governado.
Teve
José outro sonho, e o contou a seus irmãos, dizendo: Tive ainda outro
sonho; e eis que o sol, e a lua, e onze estrelas se inclinavam perante
mim. Quando o contou a seu pai e a seus irmãos, repreendeu-o seu pai, e
disse-lhe: Que sonho é esse que tiveste? Porventura viremos, eu e tua
mãe, e teus irmãos, a inclinar-nos com o rosto em terra diante de ti?
Gênesis 37:9-10
O
sol e a lua, elementos criados para governar o dia e a noite, também
utilizados como figuras para representar governos terrenos.
E fez
Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o
luminar menor para governar a noite; e fez as estrelas.
Gênesis 1:16
O
sol para governar de dia; porque a sua benignidade dura para sempre; A
lua e as estrelas para presidirem à noite; porque a sua benignidade dura
para sempre;
Salmos 136:8-9
Israel figurado pelas estrelas.
E
multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus, e darei à
tua descendência todas estas terras; e por meio dela serão benditas
todas as nações da terra;
Gênesis 26:4
Lembra-te de Abraão, de
Isaque, e de Israel, os teus servos, aos quais por ti mesmo tens
jurado, e lhes disseste: Multiplicarei a vossa descendência como as
estrelas dos céus, e dareis à vossa descendência toda esta terra, de que
tenho falado, para que a possuam por herança eternamente.
Êxodo 32:13
Com setenta almas teus pais desceram ao Egito; e agora o Senhor teu Deus te pôs como as estrelas dos céus em multidão.
Deuteronômio 10:22
Não
tomou, porém, Davi o número dos de vinte anos para baixo, porquanto o
Senhor tinha falado que havia de multiplicar a Israel como as estrelas
do céu.
1 Crônicas 27:23
E multiplicaste os seus filhos como
as estrelas do céu, e trouxeste-os à terra de que tinhas falado a seus
pais que nela entrariam para a possuírem.
Neemias 9:23
E
ficareis poucos em número, em lugar de haverem sido como as estrelas dos
céus em multidão; porquanto não destes ouvidos à voz do Senhor teu
Deus.
Deuteronômio 28:62
Ezequiel, em março de 585 a.C.,
profetizou contra Faraó, rei do Egito; Deus usou as mesmas figuras de
linguagem para simbolizar o juízo, a troca de governo e domínio; nessa
profecia o Senhor traria a espada do rei da Babilônia contra Faraó,
período histórico em que os babilônicos impuseram grandes punições e
perdas aos egípcios, também da ascensão do Império Babilônico e da
decadência do Egito.
E, apagando-te eu, cobrirei os céus, e
enegrecerei as suas estrelas; ao sol encobrirei com uma nuvem, e a lua
não fará resplandecer a sua luz. Todas as brilhantes luzes do céu, eu as
enegrecerei sobre ti, e trarei trevas sobre a tua terra, diz o Senhor
DEUS.
Ezequiel 32:7-8
Isaías, também usou figuras de
linguagem semelhantes à de Jesus, para simbolizar o juízo, a troca de
governo e domínio em sua profecia contra a Babilônia, conquistada em 539
a.C. por Ciro, o Grande, rei persa, responsável por unificar a Média e a
Pérsia, conhecido como Império Aquemênida. As figuras representam a
queda e destruição da Babilônia, com todas as suas aspirações e ambições
imperiais.
Porque as estrelas dos céus e as suas constelações
não darão a sua luz; o sol se escurecerá ao nascer, e a lua não
resplandecerá com a sua luz. E visitarei sobre o mundo a maldade, e
sobre os ímpios a sua iniquidade; e farei cessar a arrogância dos
atrevidos, e abaterei a soberba dos tiranos.
Isaías 13:10-11
Por
isso farei estremecer os céus; e a terra se moverá do seu lugar, por
causa do furor do Senhor dos Exércitos, e por causa do dia da sua
ardente ira.
Isaías 13:13
Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste lançado por terra tu que prostravas as nações!
Isaías 14:12
Segundo as escrituras, a humanidade será destruída? Após o dilúvio, Deus prometeu que não voltaria a destruir toda a criação.
Sentiu
o Senhor o suave cheiro e disse em seu coração: não tornarei mais a
amaldiçoar a terra por causa do homem; porque a imaginação do coração do
homem é má desde a sua meninice; nem tornarei mais a ferir todo
vivente, como acabo de fazer. Enquanto a terra durar, não deixará de
haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite.
Gênesis 8:21-22
A
falsa ideia generalizada do fim do mundo é fomentada pelas
interpretações um tanto equivocadas quanto precipitadas das escrituras,
conclusões falíveis de homens não inspirados (1 Coríntios 2:14-15),
inábeis para diferenciar o sentido literal e o sentido figurado de um
texto, sobretudo a respeito do livro do Apocalipse; condição abordada ao
longo do estudo. Além disso, há muita contribuição externa que favorece
a falácia; a pseudociência que faz uso de afirmações vagas, exageradas e
improváveis, sem aplicação de um método científico válido; as produções
sensacionalistas de Hollywood; as profecias especulativas e
controvertidas, como a de Nostradamus ou a interpretação equivocada do
calendário Maia, ambas causaram grande repercussão; e, especialmente,
após o tema sustentabilidade fazer parte da agenda internacional,
cientistas estão trabalhando em favor de governos e indústrias, lançando
falsas hipóteses como produtos de mercado, dentre as falácias,
preferida e mais polêmica, o aquecimento global; tema amplamente
abordado no mundo inteiro. Vejamos os versículos seguintes.
Uma geração vai-se, e outra geração vem, mas a terra permanece para sempre.
Eclesiastes 1:4
Viva ele enquanto existir o sol, e enquanto durar a lua, por todas as gerações.
Salmos 72:5
Permaneça
o seu nome eternamente; continue a sua fama enquanto o sol durar, e os
homens sejam abençoados nele; todas as nações o chamem bem-aventurado.
Salmos 72:17
Edificou o seu santuário como os lugares elevados, como a terra que fundou para sempre.
Salmos 78:69
O
Senhor reina; está vestido de majestade. O Senhor se revestiu,
cingiu-se de fortaleza; o mundo também está estabelecido, de modo que
não pode ser abalado.
Salmos 93:1
A tua fidelidade estende-se de geração a geração; tu firmaste a terra, e firme permanece.
Salmos 119:90
Quão
grandes são os seus sinais, e quão poderosas as suas maravilhas! O seu
reino é um reino sempiterno, e o seu domínio de geração em geração.
Daniel 4:3
Mas
ao fim daqueles dias eu, Nabucodonozor, levantei ao céu os meus olhos, e
voltou a mim o meu entendimento, e eu bendisse o Altíssimo, e louvei, e
glorifiquei ao que vive para sempre; porque o seu domínio é um domínio
sempiterno, e o seu reino é de geração em geração.
Daniel 4:34
E
foi-lhe dado domínio, e glória, e um reino, para que todos os povos,
nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não
passará, e o seu reino tal, que não será destruído.
Daniel 7:14
a esse seja glória na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém.
Efésios 3:21
Deus
estabeleceu o seu reino, o seu nome, o seu domínio, a sua glória e a
sua honra eternamente, por todas as gerações; do mesmo modo, estabeleceu
a terra, o sol, e a lua; associando a duração do seu reino com a
duração desses corpos celestes; se de alguma forma os elementos no céu
serão destruídos, teremos que admitir que em algum momento o reinado de
Deus terá fim; contudo, as escrituras não ensinam isso.
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sexta-feira, 2 de outubro de 2015
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