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terça-feira, 18 de setembro de 2018

Comunhão para a igreja pós-70 d.C


 Por Ward Fenley 

Entre as muitas questões que surgem como resultado da parousia realizada no primeiro século (ou vinda de Cristo) há uma que merece nossa total atenção e consideração que é a da comunhão Cristã após 70 d.C. A Escatologia cumprida ou Preterismo Completo, como qualquer outra crença, tem adeptos que foram encontrados como extremos pelos pontos que são considerados a sua fé. De fato, muitos de nós fomos acusados várias vezes assim...Sim! somos de fato extremos quando comparados à Escatologia tradicional. Por exemplo, a afirmação de uma parusia Realizada no primeiro século é extremo para muitos tradicionalistas. A afirmação da realidade atual do Reino de Deus é para muitos tradicionalistas um repúdio ao dispensacionalismo, ao pré-milenista, ao parcial Preterismo... É puro extremo para muitos tradicionalistas. No entanto, é bom entender que por se mantém uma visão percebida como extrema pelos tradicionalistas, não necessariamente a faz errada, uma heresia! Algo em extremo pode significar "demais"! Mas também pode significar "em grande medida".

Há alguns que tomaram certos versos da Bíblia e criaram doutrinas extremas (e muito negativas) Se você ver o ponto de vista dos Preteristas Universalistas, vão entender o quanto eles são terríveis! Um desses verso é o de Hebreus:

Hebreus 10:25 "Não deixando nossa própria congregação, como é costume de alguns, mas exortando uns aos outros; e tanto mais quanto vedes o dia se aproximando." 

Alguns vêem este versículo como indicando um período de interrupção para a necessidade de comunhão. Afinal, eles argumentam, uma vez que "o dia" chegou e se foi, não há necessidade de companheirismo, de orações, de trocar experiencias, de buscar consolo...Este é, no entanto, um argumento fácil de desmontar. Nossa primeira resposta deve ser na forma de uma pergunta: não deveríamos também encorajar amor e boas ações? A maioria desses pensadores em seus raciocínios pensam que é absurdo encorajar um ao outro a prática do amor e boas obras. Então devemos citar o verso anterior:

Hebreus 10:24 "...e consideremo-nos uns aos outros para provocar amor e boas obras;" 

No contexto, vemos como esses elementos de comunhão e amor não podem ser separados:

Hebreus 10: 24-25 "...e consideremos uns aos outros para provocar amor e boas obras; Não deixando nossa própria congregação, como é costume de alguns, mas exortando uns aos outros; e tanto mais quanto vedes o dia se aproximando." 

Uma vez que estabelecemos a necessidade de ter “nossa própria reunião”, ou comunhão, para a prática do amor e boas obras, devemos avaliar cuidadosamente a passagem e outros textos para ver como isso pode e deve ser cumprido em uma era pós-70 d.C.

A passagem usa uma frase para contrastar o abandono da reunião afirmando: “mas exortar uns aos outros muito mais…” Isso deve nos fazer a pergunta: qual deve ser o foco principal de “ordem?” A resposta é: Exortar um ao outro. A palavra grega éparakaleo paraclete, que é a palavra usada para descrever o Consolador, ou Espírito Santo, que foi enviado para consolar os santos do primeiro século durante a pregação e a tribulação do primeiro século. 

O que esse conforto implica e qual é a natureza desse conforto em uma geração de computadores e Smartfones do século 21? 

Boa pergunta; Vamos começar abordando a natureza da exortação desse texto de Hebreus 10:25. Veja; Em uma época em que a tecnologia, as comunicações por satélite e a internet são meios fundamentais de comunicação, a natureza da exortação adquire uma face totalmente nova. Por meio de bate-papo em tempo real, videoconferência e, claro, conexões de telefone celular e fixo, podemos nos comunicar com outras pessoas em todo o mundo. 

Podemos realmente nos beneficiar desses tipos de comunicação na medida em que podemos chamar isso de exortação? 

A resposta que se houve é um sim enfático. Negar isso seria dizer que devemos negar qualquer influência positiva de acesso à pregação do Evangelho por qualquer outro meio de comunicação que não seja por uma comunicação pessoal. Quem nunca foi encorajado por um telefonema de um ente querido? Ou ouviu uma mensagem / sermão ou até mesmo uma gravação em CD ou mp3 de algo que o edificou ou consolou? Logo; qualquer meio que nos edifique em nossa mais santa fé pode ser identificado como reconfortante. No entanto, a passagem é clara: “não abandone o encontro ...” É essa palavra que é imperativa para nossa compreensão da passagem e o que deveria ser parte integrante da vida cristã.

Antes das invenções da comunicação por telefone, televisão e internet, o único meio de comunicação era através do correio. Mas o correio não está mais ativo. Essa é uma distinção que deve ser feita, pois você nunca ouviria Paulo dizer que uma carta comunica a paixão, a emoção e a profundidade de se reunir. Não nos esquecemos das mensagens em tempo real que também não pode fazer isso. Já As conversas telefônicas transmitem um pouco disso, mas mesmo assim a presença e a personalidade de uma pessoa são perdidas. Afinal, os olhos falam muito de uma pessoa, bem mais do que se possa imaginar! Vamos considerar então a comunicação por vídeo. O vídeo tem tudo! (visibilidade e audibilidade), Ao mesmo tempo contém as imagens e os sons da pessoa a quem você está ouvindo ou com quem você está se comunicando, é uma das duas forma que temos de nos comunicar (a outra é por meio da presença física) de ter o companheirismo. Nisso cade uma questão: Como os cegos e surdos têm comunhão? Isso se resume à realidade imutável de uma pessoa, de um ser. Todo o vídeo e áudio é meramente uma representação. Porém, nada pode recriar uma pessoa real. Uma pessoa surda e cega seria excluída dos benefícios da irmandade se a irmandade dependesse apenas da capacidade de perceber a pessoa, as coisas visualmente e audivelmente.

Há algo muito maior sobre a presença de uma pessoa que está além da visão e do som o qual torna uma pessoa única e real . É de suma importância então entender que o ser humano tem uma presença que o vídeo e o áudio não podem substituir. Uma pessoa presencial tem cheiro, toque...Até mesmo o timbre da voz que não pode ser igualado nem mesmo pelo áudio mais avançado. Nenhuma reprodução digital pode reproduzir exatamente o que você está experimentando em um determinado lugar. Quando essa pessoa está perto de você, a presença dela está perto de você. 
Afinal, essa pessoa é onde você está, na mesma sala, sob a mesma árvore, no meio do mesmo campo. Deus usa os sentidos para nos alcançar através de cada pessoa com quem nos comunicamos, ou temos comunhão presencial com elas. Não é fascinante que a palavra grega para companheirismo seja koinonia? A mesma palavra é usada para a comunhão:

2 Corinthians 6:14 Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? e que comunhão tem luz nas trevas?

É verdade que é possível ter companheirismo (ser consolado) através do telefone, da internet, do bate-papo ou mesmo de videoconferências, e todos esses parecem se qualificar como meios de companheirismo. Pois em todos esses tipos de comunicação o conforto pode ser encontrado. Mas acho que todos concordamos que a forma ideal de comunhão ou companheirismo é quando realmente nos reunimos. Deve ser salientado, no entanto, que a nossa reunião física não deve diminuir o significado maior da nossa união espiritual real em Cristo e uns nos outros. "Porque em Cristo todos são um", diz Paulo (Gálatas 3). Porém, Deus graciosamente nos deu o privilégio de poder experimentar a bela representação daquilo que sempre temos em Cristo, dando-nos a presença física um do outro (ou, por falar nisso, a presença virtual ). Portanto, como filhos de Deus, lutemos sempre para estar na presença um do outro, independentemente de nossa localização física e, certamente, independentemente de podermos ver ou ouvir fisicamente. Ao considerar estas coisas, cresça em sua ação de graças e em sua busca pelo conforto que Ele (Deus) e Seus filhos nos dão através da presença uns com os outros. Pois nessa mesma presença temos a magnífica representação de nossa união com Deus e Seu povo.

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